sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O QUE É ÉTICA?


COGITARE  (by Edson)

Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.  Aristóteles
Quanto à virtude, não basta conhecê-la, devemos tentar também possuí-la e colocá-la em prática.
Aristóteles


É o estudo do padrão comportamental do indivíduo ou a ciência de conduta
A ética vai além da moral, procura os princípios fundamentais do comportamento moral, dentro de uma cadeia de direitos e deveres e se apresenta com caráter universal, ao passo que a moral carece do molde cultural e está lastreada em valores temporais sob um conjunto de regras; assim temos que a ética assume um aspecto teórico e a moral está no âmbito pratico.

Dos valores éticos, segundo Aristóteles a temperança, liberdade, magnanimidade, mansidão, franqueza e senso de justiça formam o feixe principal dentro conjunto ético.
Nos diversos campos em nosso palco de operações, nós humanos fazemos uso de princípios inalienáveis e intransferíveis em detrimento de qualquer tipo de conceituação ou estudo, o que a mim me parece mais tátil, palpável e sensato é o nosso nível de experimentação pessoal, nosso relacionamento interpessoal, a maneira como moldamos a nossa visão e ações relativas ou absolutas de mundo se procuramos por resultados.
A consciência ou razão é o nosso mecanismo de leitura do mundo que nós cerca, assim a relatividade com que focamos aspectos subjetivos e objetivos em nós mesmos, ganha aspectos atemporais e condicionamos nosso “modus operandi” ao nosso estrito senso de percepção e ponderação . Immanuel Kant fala-nos sobre a questão de minoridade e maioridade do homem e sobre a minoridade auto-imposta; essa menoridade auto-imposta da-se não pela falta de entendimento, mas na indecisão pela falta de coragem de usar seu próprio pensamento sem qualquer guia. Supere ali! (Ouse conhecer!).
Se a ética relativa pode assumir um grau temporal e nosso escrutínio pode amoldar a nosso senso ético para que sem linhas mestras possamos nos transportar a maioridade sem tutores, então a aquisição de valores essenciais para a construção da base primária parece estar centrada na Regra de ouro da ética.
Não faça aos outros aquilo que não quer que te façam a ti!
Faça aos outros aquilo que quer que te façam a ti!

Por Edson Ovidio (comentarios sobre um TCC da UFSC)

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

O Que é Esclarecimento?



swadhiyaya - o auto-enfrentamento


"Uma questão que as vezes me deixe encafifado: sou eu ou os outros que são loucos?"
-[Albert Einstein ]-




 
Immanuel Kant
(1784)
 
Esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade[2] auto-imposta. Menoridade é a inabilidade de usar seu próprio entendimento sem qualquer guia. Esta menoridade é auto-imposta se sua causa assenta-se não na falta de entendimento, mas na indecisão e falta de coragem de usar seu próprio pensamento sem qualquer guia. Sapere aude! (Ouse conhecer!). “Ter a coragem de usar o seu próprio entendimento” é, portanto, o motto do Esclarecimento. Preguiça e covardia são as razões de a maior parte da humanidade, de bom grado, viver como menor durante toda a sua vida, mesmo depois de a natureza a muito tempo ter livrado-a de guias externos. Preguiça e covardia demonstram porque é tão fácil para alguns se manterem como tutores.
É muito confortável ser um menor. Se eu tenho um livro que pensa por mim, um pastor que age como se fosse minha consciência, um físico que prescreve a minha dieta e assim sucessivamente, não tenho então necessidade de empenhar-me por conta própria. Se eu posso pagar, não tenho necessidade de pensar. Muitos poderão discordar comigo nessa matéria: os próprios guardiães que se encarregam de cuidar para que a esmagadora maioria da humanidade – e, dentro dela, todo o sexo feminino – não alcance a maturidade, não apenas por ser desagradável, mas extremamente perigosa. Tais guardiães tornam estúpido seu gado doméstico e cuidadosamente se previnem para que suas dóceis criaturas não tomem caminho próprio sem seus arreios. Assim, eles mostram para seu gado o perigo que pode ameaçá-los caso pretendam andar por sua própria conta.
Na verdade, o perigo não é realmente tão grande quanto parece. Afinal, depois de tropeçar um pouco, todos aprendem a andar. Entretanto, exemplos de tropeços intimidam e geralmente desencorajam todas as novas tentativas. Portanto, é muito difícil para o indivíduo agir por sua própria conta e superar a menoridade, que se torna para ele quase uma segunda natureza. Assim, mesmo que esteja já amadurecido, o indivíduo é desde o início incapaz de usar seu entendimento por conta própria porque nunca se permitiu tentar fazer isso. Dogmas e fórmulas – estas ferramentas mecânicas para usos razoáveis (ou, pelo contrário, abusivos) das dádivas naturais dos indivíduos – são os grilhões de uma duradoura menoridade. O homem que se livra deles dá um salto incerto acima do abismo, mas este tipo de movimento livre não é comum. Eis a razão para o fato de que apenas poucos homens caminham decididamente e saem da menoridade, cultivando seus próprios pensamentos. No entanto, é praticamente certo que o público possa esclarecer-se. De fato, basta que a liberdade seja dada para que o esclarecimento torne-se praticamente inevitável.