sábado, 27 de dezembro de 2014

ENSIMESMAMENTOS



penso,repenso em digressão
se abre ante mim um universo
são versos, rimas e canção
de mim para mim mesmo converso
o som, o momento a intenção
um instante um verso
e noutro instante, a emoção
do vasto mundo disperso
são rimas, canções e verso
momento magico da solidão
tudo a volta é o eu-adverso
que ri , ora chora em reverso
da alma o inverso é a razão
sussurro,resmungo, me disperso
meu universo em convulsão
o verso é o abstrato do universo
o anverso do inverso é o coração



By Edson Ovidio

sábado, 6 de dezembro de 2014

TAL É A VIDA



Um corisco risca o céu
brilha e vai se embora
tic-tacs despercebidos
levam consigo as horas
a brisa sibila desejos
gostosa memoria sonora
pássaros voam bem longe
depois de bicar amoras

Desjura teu dedo em riste
esvazia teus embornais
destralha-te se triste
esqueça-os se fores capaz
do ontem farfalham e emperram
sentimentos tão canibais
deslembra, desfala, espalha 
o passado não existe mais

A gente acerta e erra
grita ao alento segredos
cada qual clama e berra 
se enreda em seus enredos
a vida prossegue tão bela 
há doces , amargos e azedos
há sol se abrires a janela
mas tu tens fobias e medos

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

INCONSCIÊNCIA NEGRA




Li que era fato raro usar o lado direito do cérebro
Li que poesias vêm do lado direito do cérebro
Li que musicas vêm do lado direito do cérebro
Que as artes fervilham no lado direito do cérebro
Li que negros usam o lado direito do cérebro
Li que a violência vinha do lado direito do cérebro
Li que negros foram por aqui escravizados
E pra cá trouxeram mais leveza e doçura
Que em meio à usura trouxeram mais carinhos
Li de amas negras que amamentavam em prantos
Li de negros que tinham filhos brancos
E de brancos com seus rebentos negrinhos
Li que cá ou acolá bem mais negros morrem
Li que aqui ou acolá bem os mais negros correm
Afastam-se dos centros e levam sua alegria
Os acolhem as distancias e a luzes da periferia
Negros de todos os matizes se aferram as suas lutas
Mães negras criam suas proles e outras viram putas
São marrons, morenas, beges outras são retintas.
Peles, requintes do berço, das historias ditas.
Que seja tudo bem maior que qualquer tom de pele
Seja culto, tem doçura, tem virtude e a tradição zele.
Tem cultura, tem magia, esquece os preconceitos.
Pretonceito, branconceito;
tudo leva a nada!
Lixo mental de pobre mente apequenada
Pensa grande, pensa alto , honre a existência
Seja negro, seja branco , ser humano
Tenha consciência
Por Edson Ovidio

domingo, 5 de outubro de 2014

"NOSSO TEMPO , OUTROS TEMPOS, O MESMO TEMPO"


Muitas vezes, surpreendemo-nos com a história da raça humana sobre a terra, através das páginas do tempo, nos vários rincões por onde singra o rio da experiência humana no planeta observamos a repetição de memes que espocam aqui e ali com os mesmos atributos, ranços, rigores e requintes de poderes tentaculares que dizimaram e dizimam esse ou aquele povo, a sanha de conquista dos tiranos que mudaram e mudam o traçado dos países, a saga e historia das etnias e sociedades. Assistimos a fúria cega da politica de caudilhos que se arvoram como salvadores de seu clã, mas que então lançam mão da fagia sistemática da cultura e das vontades de  todos aqueles  que se lhes contrariem a dominação.

Sob a pressão de poderes de carrascos e tiranos que escolhemos como lideres, debandamo-nos e acolhemo-nos sob o auspícios de inquisidores e cruzados e nos escudamos sob deuses, divindades lastreados na ignorância e medo e então queremos formatar os nossos temores coloridos de dogmas em leis  que impõem os interesses pessoais acima do coletivo.

Ouvimos vozes seculares de Lideres que com sua palavra mágica num instante preciso, ribombam no bom senso coletivo dos ouvidos que realmente ouvem , ecoam nas paredes do tempo e vibram o diapasão de algumas poucas vontades que se levantam sempre em prol da liberdade  individual , expressão e conquista de um povo.

Edson Ovidio

sábado, 5 de abril de 2014

EUS

Meus pés não tocam o agora
Do espelho um estranho mira            
Quando me vejo a mim agora
O medo que de mim transpira
Assusta-me o que vai lá fora
A que destino o temor conspira
No ontem, outro Eu se ancora
O nada é o que mais me inspira

Sussurra o futuro no contravento
Murmúrios de um bom plantio 
Sementes voam e vão embora
Vu-uu-uu! Sopra sibilante vento
Feroz, arrasta , destrói  o plantio
O tempo voraz, sua fome, seu cio
Revolvendo o passado agourento
Calando o meu mais breve cicio

Meus olhos seguem o passado
No ontem Minh ‘alma se rende
Numa leira meu Eu se aporta
Lá atrás o tempo me prende
Quantos Eus hão ancorados
No tempo perdido por fim
Quão muito os tenho buscado
Pedaços perdidos de mim