quinta-feira, 24 de março de 2011

SER INTELIGENTE, SER GÊNIO, SER SÁBIO

Gênio, Sábio.

A proposta dessa semana é falar um pouco sobre Sabios, Genios e inteligência; e para isso procurei algumas definições arcanas de sábios da antiguidade e outras  tecnicas tal como essa do “Mainstream Science on Intelligence”  que transcrevi abaixo; trata-se de um protocolo de 1994 assinado por 50 cientistas tentando definir tecnicamente o que é inteligência.

"uma capacidade mental bastante geral que, entre outras coisas, envolve a habilidade de raciocinar, planejar, resolver problemas, pensar de forma abstrata, compreender ideias complexas, aprender rápido e aprender com a experiência. Não é uma mera aprendizagem literária, uma habilidade estritamente acadêmica ou um talento para sair-se bem em provas. Ao contrário disso, o conceito refere-se a uma capacidade mais ampla e mais profunda de compreensão do mundo à sua volta - 'pegar no ar', 'pegar' o sentido das coisas ou 'perceber' uma coisa."

A inteligencia pode ser medida, pode ser naturalista, existencial, emocional, múltipla etc etc. Porém não ha uma unamidade sobre o que realmente determina a inteligência e de que forma pode ser estabelecida, sob que condicões de pressão, temperatura e ambiente acontece um rebento definitivamente ungido da genialidade inata
Se a inteligência é genética e  pode ser modificada e beneficiada via fatores raciais, comportamentais, meio ambientais, familiares, nacionais, comunitarios então sem que tenhamos a genética apropriada trabalhando a nosso favor não vamos definitivamente mudar esse status, jamais seremos um gênio ou teremos nossos padrões intelectuais  causando grande impacto em quaisquer das etapas de nossoas vidas.
Como um perfeito instrumento, a intelectualidade é uma boa ferramenta de crescimento, pode gestar maravilhas quando não somos manietados e sucumbimos sob o peso  de seus subprodutos que são o orgulho, a avareza, a cupidez etc. Cada um de nós, dotados ou não com os pendores da genialidade, ja teve um contacto direto com intelectuais que nada mais fizeram do que jactarem-se do seu saber despejando em nossos ouvidos informações desnecessárias como  que  nos afogando num tsunami de informações? Quem de nós já não dispôs da boa ajuda de alguém com habilidade, presteza e bom conhecimento que nos auxiliou em tarefas que a nossos olhos pareciam intranspóníveis e que com extrema paciência nos conduziu pelos labirintos do que nos era incognoscível.

Eu penso que em nosso mundo há um perfeito equilíbrio entre inteligência e habilidade, não exatamente uma estratificação de castas intelectuais e sim uma casta de poderes para as quais prevalecem diferentes aspectos dos que tratamos agora.

As tradições mundiais falam-nos de sábios, luminares e homens que de certa forma fizeram desse nosso mundo um espaço melhor, com ideias mais arejadas, princípios e ferramentas mais eficazes e fatos que mudaram o cenário mundial, ao mesmo passo fala-nos de pessoas que sem o arsenal de muitos saberes nos deixaram legados inestimáveis a cultura do nosso mundo; 
Seu ponto de partida? __sua própria observação!


O sonho da maioria de nós, meros boçais é ser gênios, fazer a diferença ou quem sabe um passo além, sermos sábios. Será que basta estudar, ter a combinação ideal de genes, nascer numa efeméride especial ou ser filho de doutos?

A prática indica que a combinação de genes, pais inteligentes, habilidosos, multitalentos, lindos e maravilhosos não propriamente são os facilitadores para o nascimento de alguém com atributos e qualidades especiais. Se temos de viver com nosso legado genético, com um QI que talvez não se equipare ao dos doutores honoris causa de quaisquer que sejam as causas, então talvez, não necessariamente, seja um recurso sine qua non para que tenhamos uma vida de êxito e sucesso. Ser inteligentes não nos basta!  A habilidade, as vivencias havidas em inúmeros casos prescinde dos bons dotes intelectuais.


 Numa cena imaginária, eu descreveria o Sábio como alguém que rega um jardim, poda as árvores, observa os animais, as formigas, observa a si mesmo, analisa cada passo da vida enquanto cruza os complicados labirintos ao longo da vida, enquanto que o Inteligente com sua imodésta capacidade frugal e costumeira resolve um quebra-cabeça criado por um gênio qualquer.
Mas se não devemos olhar a vida do ponto de vista intelectual, será que havemos então de buscar a sabedoria? Será que se daria via uma epifania em algum momento especial de nossas vidas?


O marquês de Maricá em suas Máximas, Pensamentos e Reflexões disse:
“...” São muito raros no gênero humano os homens verdadeiramente sábios; o concurso de condições e circunstâncias especiais necessárias para que os haja, ocorre com tanta dificuldade que não deve admirar a sua raridade: demais a sua aparição pouco ou nada aproveita aos outros homens que os desprezam”


Há uma boa unanimidade sobre quem foram, todavia há discordâncias e não se sabe quem sejam os luminares, gênios, loucos, sábios contemporâneos. A ciência luta por situar, pesar, dividir, aquilatar a inteligência, a genialidade, enquanto que as religiões colocam no campo do sagrado o termo sabedoria e nós meros mortais emprestamos aos sábios a aura de mistério.

Galileu Galilei afirmou: “Não se pode ensinar alguma coisa a um homem; apenas ajudá-lo a 
encontrá-lo dentro de si mesmo”


Então, longe da questão de adquirir múltiplas habilidades e ao abrigo de ter ou não um alto QI, podemos conquistar a sabedoria volvendo o foco de nossa atenção a nós mesmos, como afirma-nos Lao Tsé


"Para alcançar conhecimento, adicione coisas todo dia. Para alcançar sabedoria, elimine coisas todo dia."
                                                                                                                                              
 Pode parecer um pensamento imponderável, mas Lao Tsé pede que consideremos eliminar os subprodutos da inteligência (egoísmo, Orgulho, aversão) que assomamos a nós mesmos à medida que compreendemos que somos i-n-t-e-l-i-g-e-n-t-e-s. Quando da altura imponente de nossos muitos saberes nos detemos para compreender que talvez tudo forme um modelo fractal e havemos de observar a nós mesmos antes de voltar nossos olhos ao outro e ao universo.
 Bom, grosso modo vou tentar fazer um resumo bem ao nosso tempo sobre o que buscamos.__
 “Nosso designer, dê a ele/ela o nome que quiser, projetou-nos com um software autogerido que tem por objetivo a portabilidade total com o grande Sistema Operacional que chamamos de natureza. Temos ainda alguns defeitos incrementais e compatibilidades relativas com todas as pessoas, todavia esse Operacional poderoso permeia a tudo e talvez a interface pela qual você se conecte a ele não seja a interface adequada, seus Malwares (egoísmos, ódio etc.) ainda lhe impedem de autogerir-se e você cometa mil e um atentados contra seu próprio hardware. Então acho que o primeiro passo  deva ser:_
Compreenda sua interface (Mente, cérebro. - qual é sua USB),
Desfragmente seu disco rígido;
Previna-se contra os malwares;
Há melhores aplicativos na rede desinstale os seus

domingo, 20 de março de 2011

MEU UMBIGO, MEU MUNDO

Meu Umbigo, Meu Mundo.


Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo e construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer.           
Texto Judaico

O egoísta costuma viver em torno do próprio umbigo, quando cai, tonto pelo próprio egoísmo, sempre há alguém diferente dele para confortá-lo.                                       

O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal.

              "Esse ensaio não é uma análise do modus–vivendi da civilização, mas apenas um ponto de vista para reflexão sobre os nossos valores conceituais, sobre o progresso; sobre em que medida invertemos a necessidade de bens de subsistência e do bem estar individual e coletivo por bens agregados que assinalam nosso status quo que nos diferenciam e nos isolam dos comuns e nos elevam num pilar diferencial segundo os parâmetros da sociedade".

  Nós, seres humanos, formamos um rico mosaicos multifacetado de comportamentos, idéias, conceitos intelectuais; uma vasta rede de vasos comunicantes em que somos todos responsáveis por uma contribuição efetiva para subsistência da teia, uma relação de dupla troca a qual propusemo-nos a ser os sustentadores e viabilizadores do status quo da civilização. Todos os conhecimentos são voltados ao bem estar da coletividade, também o são de ser todos e quaisquer campos de estudo que hoje existam ou que amanhã passem a existir; entretanto à medida que avançamos em nosso caminho de aquisição de especializações, nós humanos atingimos uma singularidade em que os valores e objetivos da experiência humana estão num ponto de inflexão onde os mantenedores de tecnologia são polarizados para aquisição de mais e mais lucros que por sua vez muito mais vilipendiam do que beneficiam.  Nossa preocupação cotidiana, à medida que crescemos, é apenas repetir padrões de comportamento estereotipados. O individuo que se destaca se ufana de sua posição, a aquisição crescente de valores ao mesmo passo em que busca a contínua diferenciação de todos os demais seres,  numa escalada incessante de egocentrismo como se incondicionalmente vinculado a um título, salário ou cargo e esquece-se  de que é e está mais capaz, mais hábil, mais aberto, mais permeável a compreensão e especialmente preparado  para servir a grande teia.

 O imperativo do progresso impõe desequilíbrios que, via de regra, beneficiam esse ou aquele seguimento, um grupo seleto de seres com o domínio de condições especificas e que posteriormente se estendem ao restante da coletividade tornando-se um bem comum. Todavia a viciação dos que detém o poder e nossa constante repetição desses comportamentos auto-impostos prende-nos a uma inércia de atitudes, estabelecendo uma idade de trevas em nós mesmos onde de oprimidos transformamo-nos em opressores num ciclo vicioso de comodismo, seja qual for o nível.

Nossa percepção se embota à medida que progredimos como se prescindíssemos de todos os seres. Ufanamo-nos de nosso carro do ano, de estarmos de par em par com todas as ondas tecnológicas e, em franca ascensão com nossa vida profissional, todavia fechamos os nossos olhos para todos os seres como se passássemos a viver em circuito fechado.
Nós, sociedade, gritamos todo o tempo por clemência, melhores isso ou melhores aquilo, vamos às ruas protestando contra a matança de animais por que esse é o grito da moda, isso nos posiciona com cidadãos do nosso tempo; o tempo tem sido tão pródigo em novidades.
A vida é tão melhor aos nossos olhos, quantas mais pessoas há para observar a passagem de nossa caravana, para assistir nosso sucesso, para invejar o que de excepcional temos aos seus olhos.

De que vale termos tudo, se a rede que nos sustenta e apóia não consegue acompanhar-nos no usufruto desses bens?
Somos co-responsáveis por tudo o que acontece ao nosso planeta e a todos os seres que nele habitam. O desequilíbrio é necessário, porém o egoísmo que detém a ascensão dos que seguem atrás é uma características que devemos extirpar em nós, porque na esteira dele surgem toda sorte de males sociais que invariavelmente pesam sobre nós mesmos.

Eu termino esse ensaio com um  pensamento.

“Nossas vidas são muito efêmeras e todos os bens são transitórios; tire o Maximo proveito de tudo o que puder usufruir com a é ética que lhe própria, mas, sobretudo seja um facilitador de acesso a todos os recursos que você tem diante de si a todos os seres que por ventura lutem pelo direito de acesso a esse bem.”

Por Edson Ovídio