sábado, 2 de abril de 2011

OLHAI AS AVES DO CÉU


Olhai as Aves do Céu





...não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis mais do que elas?”
Evangelho  de Mateus 6:26

“Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades.
Fernando Pessoa

 “Aprenda com o ontem, viva o hoje, tenha esperança no amanhã. O importante é não parar de questionar.”
 Albert Einstein 


Emprestei do Evangelho uma linha de uma das passagens mais profundas aos meus olhos, uma mensagem de esperança, rica, dinâmica, simples e transcendente que nos foi passada pelo mestre Jesus. Espero levá-lo a algum nível de consideração sobre si mesmo e sobre a natureza a sua volta, não vou todavia  atrever me a fazer um discurso religioso; esse é apenas um convite a reflexão filosófica tendo como pano de fundo as palavras do Rabi.

Uma boa parte dos meus amigos está preocupada com o futuro e suas possibilidades, sua configuração profissional em prazo incerto e não assegurado. Outros tantos, falam-me sobre mágoas, rancores, ódio e de muitos sentimentos amargos ancorados em algum lugar do passado, o medo do futuro, do problema imaginário a frente 

Algumas pessoas passam toda uma vida refinando venenos, entrincheirando ódios, destilando fél, muitos  de nós está as voltas com questões ligadas ao futuro, muito mais do que o da vivência plena do agora as voltas com o  valor venal de si mesmos. É como se entre nós grassasse uma doença em comum, a Síndrome do balaio de roupas sujas, porque carregamos conosco toda sorte de sentimentos imprestáveis ou inúteis ao nosso progresso como seres humanos acumulando em si mesmo toda sorte de pestilecências inúteis ao nosso progresso.

Não podemos construir um futuro seguro se nossas mentes, corações movem-se entre passado e futuro carregadas de medos, ódios, frustrações, ansiedades, problemas auto-legados  aliados a nossa  péssima  auto-gestão,  enquanto que apenas nossos pés mantém-nos frouxamente ancorados ao presente.

Quando detemo-nos para observar detalhes sobre os pequenos seres da natureza e sua harmonia, percebemos que nossas vidas seguem padrões  contrários e desarmônicos e isso nos desqualifica como seres dotados de inteligência  e destoa de todas as outras vidas que seguem em harmonia.

Será que realmente somos temos autonomia e sabemos viver?

Quando comecei a raciocinar sobre o aspecto mente, não tive duvidas em compará-la a um foco de luz ordinária, desfechando raios luminosos para todas as direções, como se não focada a qualquer instante; grosso modo, nem ao passado, nem presente ou ao futuro.  Se sentimos a necessidade de transformar a luz de ordinária em laser (luz coerente) de modo a estabelecer um feixe eficaz e produtivo, então por que também não tratarmos as nossas mentes de forma a torná-la suficientemente hábil para resolução dos problemas cotidianos?  A nós nos basta apenas os problemas do dia, como bem recomenda o Rabi.

Nós humanos criamos  máquinas , experimentamos e movemos energias , sejam elas de que tipo forem, todavia é nos comum rejeitar a idéia de que nosso mundo tenha sido criado por algo ou alguém com recursos de inteligência acima da nossa e que não haja mente ou mentes mais brilhante do que aquela de nosso mais brilhante gênio e que não possa haver nada que não comprovado pelas nossos tubos de ensaio e nada que não caiba em nosso cadinho de possibilidades.

Se considerarmos  que há um grande arquiteto por trás de tudo isso, dê-lhe o nome e respeito que melhor lhe aprouver,  respeitando a sua própria dimensão de reflexão dessa idéia e que somos seres sob sua tutela e guarda, então nada mais plausível que depositemos nele um pouco da nossa confiança cabal. Se o acaso de bilhares  de anos foi o responsável pela perfeição da natureza e dos pequenos seres onde tudo está em equilíbrio exceto o homem, então quer chamemos o nosso designer de natureza ou de Deus, indiscutivelmente há uma coerência ao nosso redor e devemos estar atentos a isso; abrir nossos olhos para a magnífica simetria, para a perfeição das flores,  o equilíbrio ordeiro, porque  todas as criaturas  coexistem em pacífica harmonia com o meio onde vivem exceto................ nós.

Pense nisso!





 Por Edson Ovidio

segunda-feira, 28 de março de 2011

Macacos Veem , macacos Fazem

Macacos Veem, Macacos fazem


Criticam-me por ser diferente, mas rio deles por serem todos iguais, e loucos como eu vivem pouco, mas vivem como querem, pois não me importa se não houver o amanhã, me deram a vida e não a eternidade...                                                                           

Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.                                                                                                     Fernando Pessoa

Bom a proposta desta semana é escrever sobre o “Ser Diferente”; esse é um tópico objeto de 
minha preocupação e observação cotidiana.

O que é ser diferente?

Pertencemos ao gênero humano e psicologicamente, um indivíduo representa a humanidade inteira, como bem ressaltou Krishnamurti; a agonia, ciúme, inveja, medo são nossos velhos conhecidos assim psicologicamente você é o mundo, você psicologicamente é um fractal do todo. Ainda parafraseando Krishnamurti; você é responsável por toda a humanidade e não só por si mesmo como um ser humano à parte.

Desde as idades perdidas nas noites dos tempos, o homem sentiu a necessidade inata de se reunir em pequenas comunidades, clãs, grupos ou famílias, para fins de subsistência e defesa; cada membro do clã com uma atividade especifica dentro do grupo.

À medida que progredimos e avançamos no tempo, percebemos o quão pouco, em essência mudamos desde a infância intelectual da espécie aqui no planeta e continuamos a repetir padrões, a diversidade de grupos afins exponencialmente aumentou concomitantemente também os interesses comuns, os modismos, estilos, causas comuns, tendências coletivas
Basicamente demonstramos falhas e temos por prática espelhar em nós os comportamentos da tribo, não importa se danoso; seguimos o que mais nos identifique como integrantes do “mainstream”, e rotule-nos como membro de um clã, de um determinado esporte, tipo de música, grito da moda, estilo de vida, clamor social ou comportamento emblemático desse ou daquele núcleo, facção, grupo de vanguarda, não importando se o substrato de tudo isso fragmente o que de verdade podemos construir de sadio em nós e contributivo para o todo.
Integrantes ativos desse ou daquele grupo temos a obrigação de corrigir desvios que lentamente a nosso tempo percebamos como lesivos a manutenção de nossa higidez física ou mental. Todavia a atração gregária é inexoravelmente forte o suficiente para manter nos como se fossemos marionetes e escravo de hábitos ainda que não os percebamos.

Nosso cabelo moicano, cacatua, careca, nosso estilo grunge, SK8, nossa tattoo,  nosso beck com a turma, nossa bebedeira de fim-de-semana, nossa preocupação em ser da turma,   talvez sejam apenas a marca de um modismo passageiro, um rito da nossa idade. Todavia nossas ressacas, laricas e cold-turkeys repetidos, o impacto do grupo sobre nosso comportamento, a loucura, a doença causada por esse ou aquele hábito useiro e vezeiro e a maneira que nosso clã abre as nossas portas de ação para comportamentos inaceitáveis para a nossa era e autodestrutivos, é um claro sinal de que nos demoramos muito emulando comportamentos nocivos.

Se compreendemos o significado de que somos parte do todo, temos a suprema obrigação de fazer com que nossas ações demonstrem amiúde a excelência desse todo a que fazemos parte; devemos e podemos sempre ultrapassar a fina tensão superficial que separa o comportamento automático e medíocre dos de seres projetados para fazer refletir em si a excelência do projeto chamado homem.

Concluo este ensaio com a seguinte mensagem:

“Ser diferente significa abrir-se plenamente para o melhor de expor sua caixa de excelências que jaz adormecida dentro de cada ser, acender luzes internas e por fim ser plenamente responsável pela porção do todo que é você”.
Seja um sábio!




 Por Edson