sábado, 23 de abril de 2011

sonhos

Sonhos

somos feitos do tecido com que são feitos os sonhos”
William Shakespeare

Creio que o homem sonha unicamente para não deixar de ver; pode acontecer que um dia jorre a luz interior em nós e nenhuma outra nos será”
Goethe
Os homens, enquanto não forem completos e livres, hão-de sonhar sempre de noite
Paul Nizan

Essa semana decidi-me a falar um pouco sobre sonhos; não sobre a coisa onírica, mas sobre como nascem nossos impulsos de criação da imagem subjetiva do que vamos objetivamente ser, conquistar ou construir durante o curso da vida, como haveremos de desenvolver em nós os tijolos que constroem o que somos ou hão de construir o que seremos. Poetas ou pensadores falam sobre essa faísca que nos leva a concretizar o papel que representamos em nosso mundo, eu não sei do que são feitos os sonhos, porém podemos divagar um pouco sobre o meu universo de idéias.
Sonhos são como pequenas sementes que recolhemos dos frutos de nossas observações, desejos de projeção, ímpeto de crescimento, nossa batalha pela conquista de espaços e de impressões subjetivas como a nossa busca pela felicidade e liberdade. Nossos caminhos pela vida são como sementeiras onde as plantamos ou as perdemos, semeamos ao vento de um ideal ou as abandonamos ao apodrecimento pelo esquecimento. Os sonhos são o substrato do amanhã e hão sempre de alicerçar-nos num porto seguro, se nosso ideal for tornar esse mundo um lugar melhor do que o dia em dele tomamos consciência

Olhe o mundo a sua volta e verá que muitas coisas do seu dia a dia faziam parte do universo imponderável do ontem, parte dos sonhos de alguém, eram apenas ideações na mente de um sonhador, seus eletrodomésticos, dispositivos, seu meio de transporte, sua ocupação numa empresa, a maioria das suas posses no hoje. Coisa a coisa saiu do mundo subjetivo para o objetivo, do abstrato para o concreto, muitas das invenções vieram na esteira do acaso – Serendipidade -, mas quer tenha sido assim pensado ou não, passaram a existir.

Muitos de nós, sonhadores construímos nossos sonhos com a matéria prima do egoísmo, o fazemos em circuito-fechado e erigimos em torno do EU uma muralha intransponível e progressivamente distanciamo-nos do todo como se fossemos seres a prescindir da vasta cadeia da humanidade porque nosso mundo está estribado em títulos, posições e cargos, objetivando o individual em detrimento do coletivo e também assim pensamos o futuro

Volte os seus olhos pra si mesmo e para a sua condição de ser humano, poucos efetivamente desejaram que seus sonhos pudessem tornar-los melhores seres e poucos compreendem que são seres contributivos para a melhoria de tudo e de todos.

Quaisquer que sejam seus sonhos, faça com que brotem , floresçam e sejam um bem comum a todos e que seus frutos sejam o alimento e inspiração de muitos outros sonhadores


Por Edson Ovídio

domingo, 17 de abril de 2011

MEDOS

Medo




"Eu aprendi que a coragem não é a ausência de medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas aquele que conquista por cima do medo"
Nelson  Mandela

 “... Nossas dádivas são traidoras e nos fazem perder os bens que poderíamos conquistar se não fosse nosso medo de tentar”.
William Shakespeare

De todas as paixões baixas, o medo é a mais amaldiçoada
William Shakespeare

"Porque aquilo que eu temia me sobreveio, e o que receava me aconteceu. Nunca estive descansado, nem sossegado, nem repousei, mas veio sobre mim a perturbação."

Acredito que todos temos medo da vida!  Medo das surpresas na próxima esquina ou do  ritmo frenético do nosso cotidiano, de seus muitos embates e do futuro. Tememos o não havido, o não acontecido ou tudo  o que fuja a nossa compreensão. Há uma gama enorme de medos e receios e possivelmente percamos muito tempo tropeçando em temores residentes em nós mesmos como se fossem âncoras e não propriamente um sentimento debitado na conta de nossa falta de capacidade de enfrentamento.
Cada espaço bravamente conquistado gera em nós a satisfação de estar e de gozar aquele instante , como se fosse durar pra sempre, todavia no momento seguinte temos de nos mover incontinentemente, agregando saberes, novas competências, novos desafios, conquistar seguranças e criar a cada fase uma nova área de conforto.
A cautela a cada nova fase e a precaução a cada caminho, talvez em alguma etapa de nossas vidas transformem-se em temores exacerbados e interfiram em nossas lutas, batalhas e enfrentamentos diários.
Nossos medos talvez nos antecedam e bloqueiem o acesso a tudo o que de bom possa estar escondido no futuro em muitas reais oportunidades e definitivamente lançar raízes tão profundas no nosso agora que inexoravelmente ficamos inertes nesse mesmo instante, sujeitos a ferrugem de ideais, ao mofo de nossas ousadias, relegados ao passado enquanto tudo passa vertiginosamente a nossa frente.
Será que nosso instinto de preservação não anda interferindo demais em decisões que francamente não causam dano a vida, mas sim promovem um próximo instante de conquistas consolidadas?

É certo que os desafios da vida moderna tem tornado muitas pessoas escravos do medo; medo da derrota, da desonra. Devemos seguir vivendo com a precaução costumeira porém seguir recolhendo  ancoras, posto que a vida  é feita de desafios. Tão maiores serão os desafios, quão maiores for nossa percepção do que jaz a frente, todavia nada excede além do que podemos.
O senso da vida prática pede determinação e força e há muito ainda a conquistar, há terrenos do conhecimento a serem cultivados e havemos de ser homens de coragem para que possamos chegar até mais longe e poder ter a primazia de descobrir, avançar um pouco mais.  
Todo porto seguro é apenas um ponto efêmero em nossa jornada de conquistas O legado do medo é a derrota e estagnação; entretanto o medo se perde quando ousamos alçar voo um pouco mais acima do nosso limite.

 Portanto, ouse!

Por Edson Ovidio