Olhai as Aves do Céu |
“...não semeiam, nem colhem, nem ajuntam em celeiros. E, no entanto, vosso Pai celeste as alimenta. Ora, não valeis mais do que elas?”
Evangelho de Mateus 6:26
“Vivo sempre no presente. O futuro, não o conheço. O passado, já o não tenho. Pesa-me um como a possibilidade de tudo, o outro como a realidade de nada. Não tenho esperanças nem saudades.”
Fernando Pessoa
“Aprenda com o ontem, viva o hoje, tenha esperança no amanhã. O importante é não parar de questionar.”
Albert Einstein
Emprestei do Evangelho uma linha de uma das passagens mais profundas aos meus olhos, uma mensagem de esperança, rica, dinâmica, simples e transcendente que nos foi passada pelo mestre Jesus. Espero levá-lo a algum nível de consideração sobre si mesmo e sobre a natureza a sua volta, não vou todavia atrever me a fazer um discurso religioso; esse é apenas um convite a reflexão filosófica tendo como pano de fundo as palavras do Rabi.
Uma boa parte dos meus amigos está preocupada com o futuro e suas possibilidades, sua configuração profissional em prazo incerto e não assegurado. Outros tantos, falam-me sobre mágoas, rancores, ódio e de muitos sentimentos amargos ancorados em algum lugar do passado, o medo do futuro, do problema imaginário a frente
Algumas pessoas passam toda uma vida refinando venenos, entrincheirando ódios, destilando fél, muitos de nós está as voltas com questões ligadas ao futuro, muito mais do que o da vivência plena do agora as voltas com o valor venal de si mesmos. É como se entre nós grassasse uma doença em comum, a Síndrome do balaio de roupas sujas, porque carregamos conosco toda sorte de sentimentos imprestáveis ou inúteis ao nosso progresso como seres humanos acumulando em si mesmo toda sorte de pestilecências inúteis ao nosso progresso.
Não podemos construir um futuro seguro se nossas mentes, corações movem-se entre passado e futuro carregadas de medos, ódios, frustrações, ansiedades, problemas auto-legados aliados a nossa péssima auto-gestão, enquanto que apenas nossos pés mantém-nos frouxamente ancorados ao presente.
Quando detemo-nos para observar detalhes sobre os pequenos seres da natureza e sua harmonia, percebemos que nossas vidas seguem padrões contrários e desarmônicos e isso nos desqualifica como seres dotados de inteligência e destoa de todas as outras vidas que seguem em harmonia.
Será que realmente somos temos autonomia e sabemos viver?
Quando comecei a raciocinar sobre o aspecto mente, não tive duvidas em compará-la a um foco de luz ordinária, desfechando raios luminosos para todas as direções, como se não focada a qualquer instante; grosso modo, nem ao passado, nem presente ou ao futuro. Se sentimos a necessidade de transformar a luz de ordinária em laser (luz coerente) de modo a estabelecer um feixe eficaz e produtivo, então por que também não tratarmos as nossas mentes de forma a torná-la suficientemente hábil para resolução dos problemas cotidianos? A nós nos basta apenas os problemas do dia, como bem recomenda o Rabi.
Nós humanos criamos máquinas , experimentamos e movemos energias , sejam elas de que tipo forem, todavia é nos comum rejeitar a idéia de que nosso mundo tenha sido criado por algo ou alguém com recursos de inteligência acima da nossa e que não haja mente ou mentes mais brilhante do que aquela de nosso mais brilhante gênio e que não possa haver nada que não comprovado pelas nossos tubos de ensaio e nada que não caiba em nosso cadinho de possibilidades.
Se considerarmos que há um grande arquiteto por trás de tudo isso, dê-lhe o nome e respeito que melhor lhe aprouver, respeitando a sua própria dimensão de reflexão dessa idéia e que somos seres sob sua tutela e guarda, então nada mais plausível que depositemos nele um pouco da nossa confiança cabal. Se o acaso de bilhares de anos foi o responsável pela perfeição da natureza e dos pequenos seres onde tudo está em equilíbrio exceto o homem, então quer chamemos o nosso designer de natureza ou de Deus, indiscutivelmente há uma coerência ao nosso redor e devemos estar atentos a isso; abrir nossos olhos para a magnífica simetria, para a perfeição das flores, o equilíbrio ordeiro, porque todas as criaturas coexistem em pacífica harmonia com o meio onde vivem exceto................ nós.
Pense nisso!