Numa dessas semanas fui conhecer
um evento cujo objetivo era promover a igualdade e o orgulho das diversidades
na região do ABC. Era uma tarde alegre apesar do frio, todavia atrevi-me a,
pela primeira vez assistir a um evento assim. O cenário a minha volta decorado
com as cores do arco-íris, curiosas e chegando cada vez mais o publico da
diversidade. A frente um palco faustosamente erguido e com dois mestres de
cerimonia que provocavam os participantes de um gênero a se manifestarem como
se fossem de outro gênero e gritarem palavras de ordem que aos expectadores
culminou como uma suma ofensa quando alguém usou de termos chulos gritando do
que gostava. Nesses instantes eu comprava um lanche e notei a reação vergonhosa
da senhora que vendia os lanches ao ouvir tais termos e imaginei a reação de
outras tantas famílias que por curiosidade ou por uma súbita tentativa de
simpatia se aproximaram do evento. Eu comparo o efeito das palavras a uma
quantidade de veneno que fosse despejada num reservatório de aguas e que então
passasse a contaminar todo o conteúdo ou então a alguém que fumasse num
ambiente fechado e empestilhasse todo o ambiente com fétido cheiro de fumaça,
assim são as costuras mal urdidas ou como nossas realizações cheias de boa
intenção, mas sem qualquer planejamento efetivo.
As palavras são veículos de emoções,
sentimentos e força, podem ser lenitivos, podem transmitir ódio ou amor; nesse
caso, em minha opinião suscitou a aversão de muitas pessoas a ideia de coesão
que o evento procurou transmitir. Nada vi que promovesse qualquer tipo de
sentimento de igualdade além da esfuziante alegria, porem excessivamente
exclusivista, acolhia aos que pertenciam a tribo, todavia excluía a quem os
procurava compreender.
Todos os humanos são diferentes e
logicamente há uma diversidade de seres com comportamento, hábitos, manias e
taras variadas, sabores, odores e cores diversas, porem no trato diário
aparamos as arestas das diferenças e agimos todos segundo um padrão de conduta
e respeitabilidade que nos qualifica como cidadãos iguais em determinada parte
do globo respeitando todas as barreiras e cismas, todavia, desfrutando do mesmo
status quo, todavia sempre que exacerbamos quaisquer de nossas características
comportamentais corremos os riscos de demonstrar aos circunstantes padrões
outros que na verdade, buscamos não expor. Muitos se posicionam na eterna
defensiva, outros se acomodam nas trincheiras do comodismo circunstancial,
outros tantos se vestem para uma guerra sem fim, consigo mesmos e com a
sociedade.
A igualdade se promove quando os
entes se beneficiam e se respeitam e então dão do melhor de si ao todo e do
todo recebem o mesmo sentimento. , numa grande simbiose de sentimentos. As
variadas tribos humanas se vestem com cores e padrões diversos e todos formamos
um caldo de cultura que uma vez compreendido nos faz evoluir mais e mais rumo a
padrões sociais que a principio se entrechocam, são repelidos fortemente e passo seguinte tomam pra si a diferença num eterno movimento de diferenciação;
o jogo social ajusta-se continuamente ao tempo, progressos tecnológicos e costumes.
Assim somos nós e creio que assim seremos ad-infinito.