Quando somos crianças, a vida é
de fantasias, magias, um rio de felicidades; as alegrias transbordam cheias de suavidades.
À nossa volta, a gente nem percebe que há um mundo de responsabilidades adultas
que nos envolvem e protegem em seu halo de segurança e paz, ao abrigo das
vicissitudes e amarguras que passam enquanto a gente cresce.
À medida que crescemos, gradualmente
aumentamos nossa percepção, deitamos olhos na estrada e então partimos para
rumos distantes. O mundo reflete-se em
nós e então estabelecemos metas e alvos e eventualmente atingimos nenhum dos
grandes alvos que sonhávamos.
O tempo nos move compulsoriamente
à frente; bebes tornam-se jovens e jovens tornam-se velhos, porém o passar dos
dias não nos torna mais sábios ou maduros, posto que ser uma coisa ou outra demanda
esforços, não obstante, muitos se ancoram em algum ponto do caminho,
entrincheirados em medos e receios, presos às armadilhas de ódios e preconceitos
outros se escondem na imbecilidade e esquecem-se de amadurecer e então os dias anoitecem.
Há muitos perfumes, tons e
sabores, colorimo-nos de muitas cores, estabelecemos limites e fronteiras,
herdamos preconceitos, dogmas e cismas. Há labirintos, encruzilhadas, viajamos
às mais altas colinas e , em queda livre , nos precipitamos rumo a vales
abissais . Miríades de pessoas passam pelas nossas vidas, somos de clãs e
tribos, defendemos causas e muitos se alinham com bandeiras da paz ou de guerra
Há jovens que se acomodam no entorpecimento
de intenções, viciação de sentidos e esperam que o tempo lhes preencha a
vacuidade mental com sabedoria e maturidade enquanto provam de muitos licores e sorvem diferentes vinhos.
No extremo oposto, idosos avizinham-se do
fim da caminhada, solitários, carentes e sob o peso das muitas sequelas e danos
de uma jornada de irreflexões e
desconhecimento de si mesmos.
Nossas vivências são burilamentos
pessoais, há partidas e chegadas, encontros e desencontros, ganhos e perdas,
todavia é imperioso crescer, aprender, amadurecer todos os dias e sonhar em ser
sábios sempre.
By Edson Ovidio