Quando somos jovens, somos como pequenos
veleiros, lançamo-nos mar adentro e içamos tantas velas quantas forem os nossos
sonhos e devaneios e as colorimos com cores tão fortes quão mais intensos sejam
os nossos desejos e vontades, impulsionados pelos ventos das muitas paixões.
Singramos
mares rumo a um porto seguro e guiamo-nos por anseios e aspirações, pelas águas bravias
da impaciência, instabilidade; pelas tempestades das nossa inconstância e através
das calmarias da inércia e procrastinações.
À frente, espessas neblinas de ilusões e então perdemo-nos no mar de múltiplos encantos, de crenças, preconceitos, iras, vícios.
Abrimos mão de nossa rota e afogamo-nos em nós mesmos, procurando tesouros em
nosso egoísmo, ao abrigo de credos e refúgio nas cores mais fortes da nossa
imaginação e nas mentiras que nos fazem tão bem.
São
os cantos de Sereia, as quimeras, os enganos que embotam nossa percepção dos
faróis que guiam a mares mais além; a malicia e torpeza de corsários que saqueiam a fé e a boa vontade que sobrevivem da nossa ignorância
por Edson Ovidio
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THE MERMAID CHANT
When we are young, we are like
little vessels moving to the sea and guided around by desires and dreams and we
hoist as many sails as there are dreams
and nightmares and we dye them with colours as strong as our desires and wills
geared by the winds of many passions
We cross the seas looking high
and low for safe havens escorted by wishes
and desires, sailing stormy
waters of impatience, unsteadiness, moving through the tempests of inconstancies and the lull of inertia
and procrastinations. There are thick fogs of illusions straight ahead and we
get lost in a sea full charms, beliefs,
prejudices, wrath and addictions . We sway
this way and that away from the route
and we mire in selfishness seeking treasures , in the shelter of creeds
and taking refugee in stronger colours of imagination and the
lies which make us feels so well.
The mermaid chant are the chimeras,
the mistakes that clog our perception of the lighthouses that will guide us offshore,
the malice and stupidity of corsairs looting
in the water of faith and good will and surviving thanks to our own ignorance.
By Edson Ovidio
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