A Familia |
"As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira." Tolstoi
"Quando já não suporto pensar nas vítimas dos lares desfeitos, começo a pensar nas vítimas dos lares intactos. Vries
Esta semana resolvi divagar sobre a família e a primeira definição básica que me ofereço é:
_ Antítese e a tese de nós ao mesmo tempo. Somos moldados, educados, amados. Crescemos, compartilhamos, vivenciamos, choramos, rimos, incompreendidos, superprotegidos, reprimidos.
Por mais linda e maravilhosa que seja a nossa família, alguém sempre achará uma nódoa; por mais achincalhos que alguém lhe impute , sempre haverá maravilhas dentro de um lar. Há e haverá flores docemente perfumadas deitando raízes num fétido pântano e larvas altamente destrutivas nascendo nos jardins mais floridos e aromático .
Se a forma como nossas famílias educam seus filhos é a mesma a todos, porém por que será que cada um responde com sua própria nota ao mesmo diapasão ?
Cada Núcleo familiar possui seus valores intrínsecos, padrões únicos , tabus, ressentimentos, somos contagiados com imagens vivazes de alegrias legadas ou cicatrizes latentes que acinzentam todos os nossos dias e assombram-nos pelo tempo da experiência humana . Há famílias cujo seio se dilacera pelo turbilhão de forças antagônicas .
A medida que crescemos exacerbamos esse ou aquele valor, entoamos um padrão diverso daqueles aprendidos , adquiridos ou pretendidos , porque cada um nós é um harmônico daquilo que vivencia posto que somos individualidades. Desenvolvemos nossas próprias diversidades, idiossincrasias, descambamos em direção ao erro ou definitivamente alçamos voo em direção a valores não experimentados pelo núcleo que nos formou.
Quaisquer que tenham sido os níveis de prazer ou insatisfação é assim que fincamos raízes em nossas vidas, ganhamos um direcionamento e gradativamente somos responsáveis por nós mesmos. Formamos nossas próprias diretrizes, moldamos cada uma de nossas facetas sociais e personalidades.
As tintas fortes da infância, alegrias , privações ou a beligerância de alguns, definitivamente marcam nossas vidas e trazemos as mazelas dos tons amargos de um ou a suavidade determinante de outro. Dos parâmetros e paradigmas vivenciados tomamos para o nosso cadinho aquilo que assimilamos e então os tornamos nota principal em nossa própria existência ou naufragamos alheios a quaisquer tesouros que nos foram entregues.
Será que devemos debitar à família o malogro ou creditar a ela o sucesso individual ?
Quaisquer dos memes ou genes sociais herdados e que , por ventura, possam empanar nossa trajetória , invariavelmente dizem nada pois somos nos mesmos que apesar de quaisquer revezes determinamos o nosso futuro.
Por Edson Ovidio