AHIMSÁ |
"Nunca houve uma guerra boa nem uma paz ruim
Benjamim Franklin
Há épocas em que alguns clamores surgem no grito da moda, como expressão passageira de um sentimento qualquer ou como algo latente pronto a se manifestar, porém os clamores vêm e vão. As Pessoas botam fantasias, cantam alegrias nas ruas, porém a fúria criativa se esvazia no momento seguinte e seu coração já se lhe desalia dessa reinação que só dura um dia, num desses movimentos para a paz.
Hoje ouvi no rádio sobre os tumultos na Inglaterra, sobre os crimes e instabilidades em nosso país, sobre a má fé dos políticos, governantes com garra de aço, sobre povos enfraquecidos, o desamor nas ruas e da superpopulação nas celas . Muitas dessas noticias amargam nossos dias, azedam nossos humores e fazem-nos descer ladeira a baixo em nosso estado de espirito, mas enfim somos humanos , então ouvimos sobre nós mesmos
A ideia que hoje temos é de que a violência está cada vez mais próxima de nós, na próxima esquina e de que talvez um belo dia nos leve de roldão.
Os antigos falam-nos sobre a calmaria do seu passado, o romantismo de seus dias, da serenidade de sua juventude, da pacífica inocência da sua infância. Do meu passado, vi e vivi a violência atenuada pelos olhos infantis, porém imagens indeléveis na retina da memória, assim como são nas telas mentais de quem já esteve no olho do furação.
Humanos, sonhamos a paz , porém animais praticamos a guerra, desde as batalhas silenciosas dos lares até o destempero irracional das instabilidades multiformes onde quer que sejamos tentáculos ao invés de coração.
A violência surge das mazelas, das injustiças, das opressões, da cegueira religiosa , da ganância politica, dos litígios de família , dos vapores do álcool, de todas as portas onde no humano falta o coração
Talvez vivamos ainda um bom tempo sem saber que nós somos os vírus que geram a violência e a guerra para as quais o antidoto somos nós mesmos.
Por Edson Ovidio