segunda-feira, 28 de março de 2011

Macacos Veem , macacos Fazem

Macacos Veem, Macacos fazem


Criticam-me por ser diferente, mas rio deles por serem todos iguais, e loucos como eu vivem pouco, mas vivem como querem, pois não me importa se não houver o amanhã, me deram a vida e não a eternidade...                                                                           

Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.                                                                                                     Fernando Pessoa

Bom a proposta desta semana é escrever sobre o “Ser Diferente”; esse é um tópico objeto de 
minha preocupação e observação cotidiana.

O que é ser diferente?

Pertencemos ao gênero humano e psicologicamente, um indivíduo representa a humanidade inteira, como bem ressaltou Krishnamurti; a agonia, ciúme, inveja, medo são nossos velhos conhecidos assim psicologicamente você é o mundo, você psicologicamente é um fractal do todo. Ainda parafraseando Krishnamurti; você é responsável por toda a humanidade e não só por si mesmo como um ser humano à parte.

Desde as idades perdidas nas noites dos tempos, o homem sentiu a necessidade inata de se reunir em pequenas comunidades, clãs, grupos ou famílias, para fins de subsistência e defesa; cada membro do clã com uma atividade especifica dentro do grupo.

À medida que progredimos e avançamos no tempo, percebemos o quão pouco, em essência mudamos desde a infância intelectual da espécie aqui no planeta e continuamos a repetir padrões, a diversidade de grupos afins exponencialmente aumentou concomitantemente também os interesses comuns, os modismos, estilos, causas comuns, tendências coletivas
Basicamente demonstramos falhas e temos por prática espelhar em nós os comportamentos da tribo, não importa se danoso; seguimos o que mais nos identifique como integrantes do “mainstream”, e rotule-nos como membro de um clã, de um determinado esporte, tipo de música, grito da moda, estilo de vida, clamor social ou comportamento emblemático desse ou daquele núcleo, facção, grupo de vanguarda, não importando se o substrato de tudo isso fragmente o que de verdade podemos construir de sadio em nós e contributivo para o todo.
Integrantes ativos desse ou daquele grupo temos a obrigação de corrigir desvios que lentamente a nosso tempo percebamos como lesivos a manutenção de nossa higidez física ou mental. Todavia a atração gregária é inexoravelmente forte o suficiente para manter nos como se fossemos marionetes e escravo de hábitos ainda que não os percebamos.

Nosso cabelo moicano, cacatua, careca, nosso estilo grunge, SK8, nossa tattoo,  nosso beck com a turma, nossa bebedeira de fim-de-semana, nossa preocupação em ser da turma,   talvez sejam apenas a marca de um modismo passageiro, um rito da nossa idade. Todavia nossas ressacas, laricas e cold-turkeys repetidos, o impacto do grupo sobre nosso comportamento, a loucura, a doença causada por esse ou aquele hábito useiro e vezeiro e a maneira que nosso clã abre as nossas portas de ação para comportamentos inaceitáveis para a nossa era e autodestrutivos, é um claro sinal de que nos demoramos muito emulando comportamentos nocivos.

Se compreendemos o significado de que somos parte do todo, temos a suprema obrigação de fazer com que nossas ações demonstrem amiúde a excelência desse todo a que fazemos parte; devemos e podemos sempre ultrapassar a fina tensão superficial que separa o comportamento automático e medíocre dos de seres projetados para fazer refletir em si a excelência do projeto chamado homem.

Concluo este ensaio com a seguinte mensagem:

“Ser diferente significa abrir-se plenamente para o melhor de expor sua caixa de excelências que jaz adormecida dentro de cada ser, acender luzes internas e por fim ser plenamente responsável pela porção do todo que é você”.
Seja um sábio!




 Por Edson

Um comentário:

Tamara Queiroz disse...

É preciso cautela para não ultrapassarmos a linha da superficialidade na ânsia pelo "querer ser diferente".
Sobretudo, a partir do momento que compreendemos o que Krishnamurti nos ensina, toda essa cautela se dissolve. Porque já não estamos mais preocupados em ser, e sim, sOMoS. E descobrimos essa caixinha repleta de maravilhas que há dentro de nós que você tão belamente nos escreveu.


Beijinhos de carinho no EdSOM

PS: Que imagem phod@, man!