domingo, 20 de março de 2011

MEU UMBIGO, MEU MUNDO

Meu Umbigo, Meu Mundo.


Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente torna-se mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes.
É egoísmo pensar somente em nós próprios como centro do mundo e construir um mundo fechado que nos isola das oportunidades que a vida pode oferecer.           
Texto Judaico

O egoísta costuma viver em torno do próprio umbigo, quando cai, tonto pelo próprio egoísmo, sempre há alguém diferente dele para confortá-lo.                                       

O que fizemos apenas por nós mesmos morre conosco; o que fizemos pelos outros e pelo mundo permanece e é imortal.

              "Esse ensaio não é uma análise do modus–vivendi da civilização, mas apenas um ponto de vista para reflexão sobre os nossos valores conceituais, sobre o progresso; sobre em que medida invertemos a necessidade de bens de subsistência e do bem estar individual e coletivo por bens agregados que assinalam nosso status quo que nos diferenciam e nos isolam dos comuns e nos elevam num pilar diferencial segundo os parâmetros da sociedade".

  Nós, seres humanos, formamos um rico mosaicos multifacetado de comportamentos, idéias, conceitos intelectuais; uma vasta rede de vasos comunicantes em que somos todos responsáveis por uma contribuição efetiva para subsistência da teia, uma relação de dupla troca a qual propusemo-nos a ser os sustentadores e viabilizadores do status quo da civilização. Todos os conhecimentos são voltados ao bem estar da coletividade, também o são de ser todos e quaisquer campos de estudo que hoje existam ou que amanhã passem a existir; entretanto à medida que avançamos em nosso caminho de aquisição de especializações, nós humanos atingimos uma singularidade em que os valores e objetivos da experiência humana estão num ponto de inflexão onde os mantenedores de tecnologia são polarizados para aquisição de mais e mais lucros que por sua vez muito mais vilipendiam do que beneficiam.  Nossa preocupação cotidiana, à medida que crescemos, é apenas repetir padrões de comportamento estereotipados. O individuo que se destaca se ufana de sua posição, a aquisição crescente de valores ao mesmo passo em que busca a contínua diferenciação de todos os demais seres,  numa escalada incessante de egocentrismo como se incondicionalmente vinculado a um título, salário ou cargo e esquece-se  de que é e está mais capaz, mais hábil, mais aberto, mais permeável a compreensão e especialmente preparado  para servir a grande teia.

 O imperativo do progresso impõe desequilíbrios que, via de regra, beneficiam esse ou aquele seguimento, um grupo seleto de seres com o domínio de condições especificas e que posteriormente se estendem ao restante da coletividade tornando-se um bem comum. Todavia a viciação dos que detém o poder e nossa constante repetição desses comportamentos auto-impostos prende-nos a uma inércia de atitudes, estabelecendo uma idade de trevas em nós mesmos onde de oprimidos transformamo-nos em opressores num ciclo vicioso de comodismo, seja qual for o nível.

Nossa percepção se embota à medida que progredimos como se prescindíssemos de todos os seres. Ufanamo-nos de nosso carro do ano, de estarmos de par em par com todas as ondas tecnológicas e, em franca ascensão com nossa vida profissional, todavia fechamos os nossos olhos para todos os seres como se passássemos a viver em circuito fechado.
Nós, sociedade, gritamos todo o tempo por clemência, melhores isso ou melhores aquilo, vamos às ruas protestando contra a matança de animais por que esse é o grito da moda, isso nos posiciona com cidadãos do nosso tempo; o tempo tem sido tão pródigo em novidades.
A vida é tão melhor aos nossos olhos, quantas mais pessoas há para observar a passagem de nossa caravana, para assistir nosso sucesso, para invejar o que de excepcional temos aos seus olhos.

De que vale termos tudo, se a rede que nos sustenta e apóia não consegue acompanhar-nos no usufruto desses bens?
Somos co-responsáveis por tudo o que acontece ao nosso planeta e a todos os seres que nele habitam. O desequilíbrio é necessário, porém o egoísmo que detém a ascensão dos que seguem atrás é uma características que devemos extirpar em nós, porque na esteira dele surgem toda sorte de males sociais que invariavelmente pesam sobre nós mesmos.

Eu termino esse ensaio com um  pensamento.

“Nossas vidas são muito efêmeras e todos os bens são transitórios; tire o Maximo proveito de tudo o que puder usufruir com a é ética que lhe própria, mas, sobretudo seja um facilitador de acesso a todos os recursos que você tem diante de si a todos os seres que por ventura lutem pelo direito de acesso a esse bem.”

Por Edson Ovídio


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