quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NOSSOS AMORES


"Nenhum bem sem um companheiro nos dá alegria."Fonte: - Cartas a LucílioTema: - Séneca

A cada dia sua surpresa!  Nem todos os dias são festivos, porém parece que sempre recolhemos lições, aprofundamo-nos em saberes e aprendemos do humano.
Hoje, veio-me a mim, via MSN, uma amiga; ela tinha um problema e queria compartilhar, queria opiniões, soluções para si, não sabia o que queria, queria paz. Seu marido a havia abandonado após desavenças e conflitos chegara ao fim um casamento de poucos meses. Pensei em mil maneiras de acalmá-la e devolve-la à sua paz perdida; pedi que ela procura-se por respostas em si mesma, deixasse a poeira baixar e então ela poderia governar-se melhor e acharia uma tratativa para o momento. Não obstante, ela continuou por horas a fio e cobrando de mim uma resposta, como se eu fosse a panaceia aos males do mundo. Ela discursava sobre a injustiça, sobre a traição, sobre o quanto ela fora fiel e ele infiel.
Fiz-me todo ouvido e invariavelmente lhe devolvia o problema. Após muitas idas e vindas ao mesmo ponto, chegamos a um denominador comum.  Ela ia tentar esquecê-lo por algum tempo ou definitivamente. Intempestivamente tive de sair, sob o risco de brigar com o mesmo tema “ad eternum”.
Nessa semana ainda estou sob a impressão de um contraponto ditoso, o casamento de um grande amigo. Meu amigo casou-se semana passada, um feito festivo não convencional, mas que sobejamente cumpriu o rito, mesmo porque envolvia duas pessoas queridas, de há muito conhecidas e plasmaram um fato bloco a bloco, após muitos vales e colinas e que o transcurso dos anos fez consumar-se.
Chegando a minha casa, ainda com os pensamentos fora de ordem, tentei fazer um arrazoado para que na minha forma tradicional, eu entendesse e tecesse comentários de mim para mim mesmo, despretensiosamente. Uma batalha mental entre a alegria ditosa do meu casal de amigos e a angustia da outra amiga
O fato é que todos indistintamente necessitamos numa escala que vai da compaixão até o amor, de alguém para compartilhar, para nos apoiar, para emprestar um ombro, palavras amigas, ternura ou carinho essencial.
Em nosso entorno orbitam as pessoas queridas com seus multiatributos e pele adentro habitam as pessoas com quem melhor sintonizamo-nos quer pela inteligência, afeto, nível de atenção e dentro do nosso coração habita a pessoa que prende os nossos olhos, aquela pela qual nos ligamos a seus cheiros, sabores, toques, mimos, ternura, virtudes ou quaisquer outros fatores, dos mais sutis aos mais grosseiros, dos mais vis aos mais nobres, do cerceamento do que somos a perfeita liberdade entre ambos.
A mitologia fala-nos de "Psique e Eros" e nas entrelinhas lemos sobre a racionalidade procurando a beleza das formas ponderando a quem amar e o amor se manifestando a despeito de tudo e quaisquer coisas, de maneira cega.
Será que a busca deve ser cega ou haverá de ter a intervenção do racional?
Num jogo a dois, conta muito as afinidades e o encaixe perfeito, a aceitação plena do que o outro pode ser e o que dele esperamos e vice-versa.  Fundamentalmente uma união pressupõe um único coração batendo em dois peitos diferentes, balizando o progresso e mantendo a chama da paixão acesa e gradualmente fazendo com que ambos orbitem a camada mais alta do que o que é o amor.
Eventualmente há os ajustes necessários entre nós é a pessoa a quem amamos e não devemos perder a oportunidade de entender o momento, também não devemos subestimar nossa percepção a cada passo ou deixar-se subjugar pelos encantos das formas ou vantagens outras que não tenham correspondência com aquilo que você é e pensa no presente momento.

Por Edson


2 comentários:

Flávio Antunes Soares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Flávio Antunes Soares disse...

Li teus textos, Edson. Tua escrita é de excelente qualidade, há muita poeticidade em tuas palavras.