domingo, 1 de maio de 2011

CICLOS

Rompendo Ciclos


Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.
Paulo Coelho

A vida reparte-se por ciclos, cujas fronteiras são por vezes de uma perturbadora nitidez.
Fernando Namora

Essa semana quero falar um pouco sobre os ciclos de vida e sobre a necessidade de movimentarmos a roda vida, estabelecer um desequilíbrio em nossa estabilidade para alcançarmos um estágio mais acima, um melhor amadurecimento como homens e mulheres cada vez mais conscientes  de que podemos plasmar um mundo progressivamente melhor a cada dia, dentro e fora de nós mesmos. Não sei se a vida é uma grande roda ascendente ou uma sequência de ciclos que se abrem e então os fechamos sucessivamente. Preocupa-me todavia a identificação desses momentos, qual a hora exata de experimentar uma nova etapa, como não se perder ou ficar inativo assistindo apenas a vida passar sem ação, sem tomar para si as rédeas do seu próprio destino.
Entendo que a vida é feita de buscas, todavia, por vezes detemo-nos numa área de conforto e encantamo-nos por tempo demais com um determinado ciclo da vida onde o repouso da busca se faz presente, numa profissão estável, uma vida frugal sem novidades ou sobressaltos, pertencendo a uma seleta comunidade de doutos, nossa imobilidade então parece plantar raízes profundas, instauram-se o apego, o culto do si mesmo, às pompas e as circunstâncias das vaidades, a vacuidade de si mesmo e então esquecemos de prosseguir. Por vezes o homem se assemelha a um lobo que festivamente rodopia procurando morder a própria cauda e esquece-se da vastidão da campina a ser desbravada.
O bom inquietamento e o desequilíbrio momentâneo provocam a movimentação da vida nossa busca do conhecimento, de melhores soluções para o nosso agora, parecem sempre determinar a quebra de ciclos , a movimentação da grande roda ou fechamento de fases  para abrirmos outra, todavia nossa atenção esta sempre voltada a um ponto de repouso.
Por vezes as imposições da vida, colocam-nos em marcha , porém parece-nos um pouco difícil ir além da pedra que se nos antepôs e tomou o caminho, nossas forças chegam a seu minimo e então tudo parece estar a um fio, a vida estaciona, os sentimentos se embotam, faltam-nos força de superação, pois talvez acostumamo-nos com o porto seguro ou então pusemo-nos demasiadamente em repouso e tardamos a descobrir que podemos vencer quaisquer barreiras ativando os musculos do determinismo e quebrando cadeias que nós atam a estabilidade..
Esse ensaio não é um incentivo utópico a que você deixa para trás todas as suas conquistas, mas que não se detenha esculpindo um totem em sua própria homenagem, perdendo-se no auto-elogio, protegendo-se na covardia dos medos, enferrujando sua fúria criativa no ócio, perdendo-se no mofo da opulência , escondendo-se sob as falsas tintas da fama ou da ostentação de títulos que de verdade não são você.
Desafie a ausência de si mesmo, conquiste saberes, vença barreiras, busque a excelência em você

por Edson Ovídio

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