domingo, 21 de agosto de 2011

ENTRELINHAS

Entrelinhas

Ouça o meu grito
Anseio por você
Sinta minha respiração ao vento
Veja o céu como se fosse espelho de minhas cores
Começam então as ilações e sussurros

Vivo para nutri-lo, alegrá-lo.
Pulsando sangue em suas veias
Sinta a magia e força da sujeição à vida

Vivo para nutri-lo, para alegrá-lo.
Dedos tocam e procuram
Até que os segredos apareçam
Numa dança
Como círculos intermináveis
Eu hesito perto de sua boca
Cloudsong - Bill Whelan


Em contraponto com todas as asperezas e destemperos dos nossos dias,  as vezes nos permitimos divagar e sentir a sutil poesia de cada coisa. É necessário abandonar nosso cavalo encilhado de pressa, desvencilharmos de todos os arreios mesquinhos da vida, ouvir o canto da natureza e então volver os olhos para dentro de nós mesmos.
Quantas vezes a brisa perfumada, o canto dos pássaros, a chuva inclemente, o verde das matas ou toque do  ar sobre nossas peles não nos levaram instantaneamente a reflexões mais profundas?
Quantas vezes a suavidade melódica de uma canção não nos chamou a atenção para tudo a nossa volta e dentro de nós mesmos?
Nesses instantes em que vamos bem além, transpomos a dureza objetiva e entregamo-nos a subjetividade poética contida em nós. A Vida é como se fosse um bardo encantando nossos dias com os raios de sol, o perfume das plantas, o cheiro da relva, os diversos matizes que vicejam ao nosso redor.
Quando vamos bem mais além, transpomos a dureza objetiva e nos entregamos à subjetividade onde tudo é possível. A Vida é como se fosse um bardo e sua poesia arremete-nos pele adentro,  nosso arsenal de possibilidades ganha corpo, a realidade imponderavel se materializa, ganhamos forças para levantar âncoras,  “desgritar”  sentimentos presos em algum lugar do nosso passado e que transbordam pelo nosso agora, dai então alçamos voo, sutilizamos os sentimentos.
Gostos, cheiros, toques, sabores, texturas, nossas percepções desmancham as linhas do tempo e então ensimesmamo-nos em nosso campo de possibilidades onde o sutil transcende a grosseira percepção das coisas.
Todas as realizações nascem primeiras em nosso universo interior e tantas são as possibilidades quando fechamos os olhos para as nossas buscas de sucessos e o abrimos para nossas certezas internas as quais  trazemos uma a uma ao mundo objetivo .
por Edson Ovídio

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