sábado, 27 de agosto de 2011

NOSSOS INIMIGOS

Inimigos

Essa semana o meu tema é Inimigos e surpreendentemente descobri que não é um tema fácil para se discorrer.

O que nos torna inimigos declarados de alguém? Ou por que outros nos têm a nós como inimigos? Quão forte é o sentimento contrário que nos caracteriza inimigo de alguém? Ou com que olhos nossos supostos opositores nos tem a nos como seus antagonistas.

Nessa louca aventura que é viver. diariamente cruzamos com centenas de pessoas dentre as quais algumas ou varias fazem parte do nosso grupo seleto de amigos, família, companheiros etc. Pela maravilhosamente sincronicidade da vida passam ao nosso convívio pessoas com as quais compartilhamos o nosso melhor, momentos, opiniões, discussões, tensões e pontos de vista, num equilíbrio maravilhoso em que muitos passam definitivamente para a atração mágica da afinidade, proximidade, amizade e cumplicidade; outras, entretanto como algo que tende a fugir de nossa orbita e nos da dela, são violentamente arrancadas de nosso convívio por falha reciproca, pelos sentimentos mal lapidados, o orgulho descontrolado, as opiniões prevalentes uni ou bilaterais, pela futilidade das etiquetas e rótulos, pelo calor de um momento, por venenos atávicos que correm pelo veio  familiar, ou por vinculo a filosofias e ideologias que promovem uma lenta, progressiva e alienante  lavagem cerebral  que voltam nossas costas ao  outro.

Numas dessas casualidades trazemos a nos e eles a si a oportunidade única de vivenciar a troca de experiências diversas. Fazemos parte consciente ou inconsciente de cada uma das pessoas que orbitam a nossa volta, psicologicamente somos um fractal de sentimentos idênticos e que nos caracterizam como seres humanos. Cada ser modula a sua maneira o seu momento e interage de maneira diversa a cada situação.  Formamos um elo de sentimentos, criamos momentos únicos tangíveis, ponderáveis, objetivos ou subjetivos entre as pessoas e o ponto desse ensaio é a ductilidade e durabilidade desse elo existencial, a flexibilidade dessa tela que urdimos, o quão maduros podemos ser, de forma a sustentá-la ante as possíveis crises de convívio diário.

Têmpera e flexibilidade são necessárias a cada abalo , todavia, por definição física, o lado mais fraco é a parte que se rompe e esse lado eventualmente somos nós mesmos.
Todos apontamos falha no outro, porque pra nós há uma perfeição residente e intransigente em nós. Nossos pretensos opositores são dotados de múltiplas capacidades e características especiais notáveis e agem segundo seus padrões éticos individuais, cometem erros, acertos, arrependem-se e, também, podem ter  uma percepção maior que as nossas sobre a vida.
Há sempre uma forma de considerar que o erro existiu, a falha pode estar na pessoa, porém ele não é a pessoa em si.

É necessário estender a nossa capacidade de perdoar as falhas do outro e jamais permitir que a maravilhosa precisão do acaso afaste pessoas do nosso convívio ou que toda e qualquer ideia contrária ou mesmo a ferrugem do tempo aumente ainda mais a brecha da inimizade que se instaura entre duas pessoas

Por Edson Ovidio

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