quinta-feira, 22 de agosto de 2013

OS NOTÁVEIS



"Quase ninguém repara em ninguém. Em parte porque o espaço que nos circunda está cheio de chamadas, de perigos e de júbilos; o ser humano, longe do que se pensa, é o que menos se nota no mundo.
Agustina Bessa Luis Bezerra



Certa vez fomos ao planetário, as luzes apagaram se e então apresentaram-nos o firmamento como o vemos quando anoitece em minha região; um céu pálido de poucas estrelas. Dai então, fomos informados que não víamos muitas estrelas porque nas cidades havia muito iluminação e poluição; passo seguinte projetou a imagem de como seria caso o nosso céu, não fosse tão poluído e iluminado. Ante nossos olhos, fez-se um espetáculo surpreendente e majestoso, incontáveis estrelas, constelações, galáxias, meteoros, uma grande viagem pela vastidão, que por fim findou-se e todos retornamos ao nosso céu opaco.

O Céu estrelado, a mim me parece a terra com o brilho da essência de todas as gentes. São as estrelas a sabedoria das pessoas que sustentam esse mundo e que se expande além da barreira física e então põe-se a irradiar. Vejo estrelas que cintilam, outras que parecem emitir muito pouco.

Nós somos um vasto universo que se estende desde nossa centelha interna e envolve todas as pessoas e todas as coisas ao redor. De nós partem os sonhos mais efêmeros e ideias que nascem e então espocam mas adiante. Nossos pensamentos criativos materializam-se, vez por outra, e modificam a nós mesmos e o nosso entorno.  Procuramos por instantes de glória, quando então tomam o mais alto ,fogos de vitória sob nuvens de pesar,  de incertezas, ódios e preconceitos  que turvam  nossas visões  e  impedem-nos  de ver estrelas.

Olhamos o céu e vemos apenas a nós mesmos, porque refletimos de nós nas nuvens que insistem em cobri-lo e os fachos fugazes das luzes que projetamos sobre nossos feitos e pedestais de arrogância e pequenez mental ocultam de nossos olhares o coração e o brilho das outras pessoas, os muitos cometas e estrelas além do nosso céu, cujo brilho percebemos por frestas de sobriedade em nosso universo desinquieto.

por Edson Ovidio

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