quinta-feira, 23 de junho de 2011

FELICIDADE

Felicidade
""A verdadeira felicidade custa pouco; sendo cara, é porque a sua qualidade não presta."Autor - François Chateaubriand 
"O drama do homem é o de ser limitado nos meios e infinito nos desejos; assim, não pode ser plenamente feliz."Autor -  François La Rochefoucauld 
"A verdadeira felicidade é impossível sem verdadeira saúde, e a verdadeira saúde é impossível sem um rigoroso controle da gula."Autor - Mohandas Gandhi 
"Em vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos."Fonte - MáximasAutor -  Marquês de Maricá 
"Não há uma estrada real para a felicidade, mas sim caminhos diferentes. Há quem seja feliz sem coisa nenhuma, enquanto outros são infelizes possuindo tudo."Autor - , Luigi Pirandelo


O que será preciso para ser feliz?

Eu iniciei a escrever agora, cheio de dúvidas sobre o que dizer sobre a felicidade, como contextualizar isso em nossas vidas.  Pensei  em  dezenas de maneiras para formatar um texto que pudesse definir a mim mesmo. Consultei algumas definições em dicionários, mas nenhuma delas na verdade traduziu filosoficamente ou na pratica o sentido da felicidade, li vários  aforismas e quanto mais afastados no tempo os pensadores estão, mais luzes  parecem lançar  sobre essa coisa tão sutil e intensamente poderosa, não que apenas a antiguidade detivesse o conceito da felicidade, mas é que a notoriedade e fama nos tempos mais recentes dão vozes mesmo aos reis e rainhas da futilidade mais extremada.

A ideia antiga está ligada ao sentimento da não-posse como ponto central da discussão sobre a  conquista da felicidade; isso soa não como a privação do ter e do querer, mas sim qualificação dos bens como usufrutos da humanidade, coisas transitórias e efêmeras, para que nossas garras de proprietário se agarre firmemente a quaisquer desses bens. Gradualmente ao longo do tempo, nós humanos, temos acrescentado mais itens ao nosso arsenal de necessidades e alargado o nosso espaço de carências, aumentado as ansiedades e expectativas em relação a quimeras do futuro.

Todas as pessoas do mundo, independente de a que níveis  sociais pertençam , são como se fossem fractais do todo;  todos podemos ter medos, ciúmes, ganas, usuras, vícios, transtornos, tristeza, gradações positivas e negativas de uma enormidade de sentimentos dentre os muitos aos quais podemos sentir e equilibrar o desequilibrar nosso universo interno. Quer pertençamos a essa ou aquela casta, tenhamos isso ou aquilo, o que quer que sejamos, onde quer que estejamos, podemos em qualquer etapa de nossas vidas experimentar cada um dos estigmas psicológicos que nos identificam como seres humanos.

A historia  recente da humanidade fala-nos de um rei que abandonou seu trono por amar uma plebeia;  há casos de profissionais que se perdem em tristezas por, simplesmente serem promovidos, outros por não o serem ,então podemos deduzir que a felicidade não esta ancorada no poder, no ocupar essa ou aquela posição.

Como todos os humanos do mundo, somos seres insatisfeitos com o que temos e o arsenal de coisas que queremos acrescentar a nossa cesta de anseios e necessidades e incertezas . Precisamos ter, necessitamos chegar a níveis de sucesso que outras pessoas em outras realidades atingiram. Estabelecemos costumeiramente alvos e diretrizes inatingíveis. Nosso referencial de busca é sempre o padrão alheio, então estamos sempre insatisfeitos com o que somos e com o que temos e assim somos infelizes. Lemos o mundo com os olhos alheios e decodificamos o que precisamos segundo os padrões de necessidade mais em voga.

Alguns pensadores dizem que conseguimos a felicidade com o não ter ou com o não ser.  O que, em resumo, seria reduzir a pressão de você sobre nós mesmo, libertar-se do sentimento de posse e apego a coisas as quais queremos em excesso, somos carentes de  coisas ainda que não saibamos  precisamente que coisas exatamente.

Há uma enormidade de pessoas  presas ao visgo de sucessos do passado para as quais a impressão de tempos idos cobra  um status que não existe mais; há outras tantas mirando o futuro sem a atenção ao agora. Não lhes sobra, num caso ou noutro, espaço para olhar para si própria e almejam  sobretudo o estar na dianteira de algo ou alguém.

Quando nos libertamos do apego, quando abrimos em nós um vácuo de necessidades então instaura se em nós a alegria de estar em contato conosco mesmos.

Esse ensaio não é uma apologia da miséria ou da pobreza posto que o desapego não implica em abrir mão de seu direito exclusivo a uma vida digna. A miséria e a pobreza são os males causados pela opulência e excessos de ações que geram o apodrecimento das bases de sustentação do ser humano, todavia esse não é o escopo desse arrazoado.

Ser  ou estar feliz, possuir um tanto de felicidade é-nos sempre como se fosse algo difuso, impreciso  ou fugaz, como se ser feliz dependesse de algum tipo de muleta psicológica provida pelos vapores do álcool ou pelas drogas, para momentaneamente perder contato com as preocupações comezinhas, coisas que pesam nos seus dias ou perder-se de si mesmo. Não julgo que a felicidade tenha a ver com o fogo das paixões, com o calor efêmero do contentamento, com  alegrias momentâneas  que, de repente espocam aqui e ali em risos ou gargalhadas e que então vão embora.

Eu termino este ensaio com um pensamento de Epicteto.

"A felicidade não consiste em adquirir nem em gozar, mas sim em nada desejar, consiste em ser livre.”


Por Edson Ovidio

Um comentário:

Tamara Queiroz disse...

Vou ler com calma o texto. Mas já adianto que a imagem tá "du caralho".