sábado, 24 de setembro de 2011

O SAGRADO




Há quatro questões de valor na vida: O que é sagrado? Do que é feito o espírito? Pelo que vale a pena viver? e pelo que vale a pena morrer? A resposta a cada um é a mesma, só o amor.Johnny Depp


Nesta semana, a proposta é tentar traduzir em cores um pouco mais vívidas e fortes o sentido do sagrado. Cada vez que falamos do sagrado ele se tinge de humano e fútil porque cada ser humano tem a sua forma individual de sentir, venerar e experimentar em si o que quer que seja isso isoladamente, posto que o sagrado é  apenas um aspecto da percepção de cada um de nós.

 Em essência todos somos iguais e sobre essa igualdade depositamos os rótulos, etiquetas, preocupações, defeitos e mascaras de expressão de nossa personalidade no dia-a-dia. A interação entre o homem, a natureza e o Eu quaisquer que sejam as formas como vivenciemos isso, olhando o por do sol, ouvindo prazerosamente o som do vento, caminhando pelo campo, pela mata ou vivenciando uma miríade de coisas e sentimentos que nos fazem voltar os olhos pra dentro de nós mesmos e sentirmos parte objetiva de algo maior e que transcende o que sabemos , impregna nossa percepção e dele podemos tirar impressões que se nos acrescentam e exortam a uma maior expressão como seres humanos.

  Como humanos aprendemos a sentir, observar, vivenciar e ser, como se saíssemos a procurar e colar figurinhas faltantes em nossos álbuns, aprendendo a coexistir com as pessoas, coisas e sentindo a interação entre tudo. Nossa colcha de retalhos existencial, a rede de amigos, pessoas que aprendemos a amar, abençoar, incluir, aceitar, compreender, transigir e respeitar.

Ao longo de nossas vidas enfrentamos altos e baixos, cumes e planícies, crises e superações, porém o que ou quem nós devolve forças para novamente nos colocarmos em marcha colina acima?

Talvez o sagrado onde quer que o tenhamos, dentro ou fora, a brisa no rosto, um formoso por de sol, o voo de um pássaro, o frescor do gramado sobre nossos pés nos tragam de volta a nós mesmos e de volta a vida.
Muitos procuram o sagrado nos serviços de culto a divindade e se deixam seduzir pelo fausto luxuoso que vilipendia qualquer ideia mais sutil, se valem de rótulos de pseudo superioridade, encastelam-se como prediletos de uma divindade fútil e vaga ou cerram fileiras com um Ser mercantil, marcial e separatista. Abraçados a essa causa,  perdem-se, todavia, em cismas, tabus,  incorporam a si o ódio cego e que sutilmente os impede de uma leitura precisa de si mesmos.

Ser Sagrado a mim representa compreender o mundo em sua essência expressa na natureza, nas pequenas coisas e gestos de carinho, na compaixão a todos os seres, na coexistência pacifica, posto que  todo sentimento que nos isole do outro parte da semente do ódio, da ignorância e da pobreza de percepção do mundo que nos acolhe e nos distancia da nossa  própria essência.



Por Edson ovidio

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