domingo, 25 de dezembro de 2011

ANNUS MIRABILIS




Annus Mirabilis

Jamais haverá ano novo, se continuar a copiar os erros dos anos velhos.

Luís de Camões

“Israciveis,  insensíveis, desumanos, preconceituosos....” 

Se fossemos elencar  todas as nossas falhas com certeza não pararíamos de escrever e teríamos realmente nada há o que brindar e encerraríamos o ano com vários “mea culpa” a cada ato falho , a cada tropeço, a cada erro dissimuladamente cometido nesses nossos 365 dias.

O período de festas magicamente se enche de algo novo e estranhamente transbordam em nossos  espíritos o contentamento, tornamo-nos   incrivelmente ébrios e fartos de esquecimento e extinguem de vez dos cérebros e nossos corações  os fatos que poderiam marcar mais este como um  “annus horribilis

Tecnologicamente tornamo-nos mais preparados, mais integrados com os fatos do nosso mundo, mais conectados, cosmeticamente cada vez mais perfeitos . Em contrapartida, no retrospecto dos nossos dias, presenciamos a violência, calamos aos preconceitos, ignoramos a fome, de alimento ou cultura, do próximo, perdemos contato com a solidariedade, nem desconfiamos do sentido da compaixão e viramos as costas a caridade e vimos a esperança  morrer nos corações das pessoas .

Credos e crenças ainda disputam um pedaço do céu às custas da ignorância de quem perdeu a confiança no estado, políticos fartam-se com os lucros da coisa que não é sua.
Alheio a tudo e cada fato, entregamo-nos com  a fúria de um guerreiro na busca de posições de destaque, rotulamo-nos doutos disso ou daquilo, assestamos todo o nosso poder mirando apenas o nosso bem-estar e viramos definitivamente nossas costas ao outro.

Acaba mais um ano e a maioria de nós busca crescer, alcançar o topo de alguma coisa e meu desejo é que , pelo menos, uma porção nós queira melhorar a si mesmo e então fazer refletir essa pequena melhora ao nosso próximo e ao mundo e possamos  abrir nossos olhos para a nossa cota de responsabilidade quanto aos males que afligem a humanidade.
Que esse seja um “Annus Mirabilis” a todos os homens de boa vontade.

Por Edson Ovidio

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