quinta-feira, 31 de maio de 2012

Rosas e os Espinhos


 
Numa dessas semanas fui conhecer um evento cujo objetivo era promover a igualdade e o orgulho das diversidades na região do ABC. Era uma tarde alegre apesar do frio, todavia atrevi-me a, pela primeira vez assistir a um evento assim. O cenário a minha volta decorado com as cores do arco-íris, curiosas e chegando cada vez mais o publico da diversidade. A frente um palco faustosamente erguido e com dois mestres de cerimonia que provocavam os participantes de um gênero a se manifestarem como se fossem de outro gênero e gritarem palavras de ordem que aos expectadores culminou como uma suma ofensa quando alguém usou de termos chulos gritando do que gostava. Nesses instantes eu comprava um lanche e notei a reação vergonhosa da senhora que vendia os lanches ao ouvir tais termos e imaginei a reação de outras tantas famílias que por curiosidade ou por uma súbita tentativa de simpatia se aproximaram do evento. Eu comparo o efeito das palavras a uma quantidade de veneno que fosse despejada num reservatório de aguas e que então passasse a contaminar todo o conteúdo ou então a alguém que fumasse num ambiente fechado e empestilhasse todo o ambiente com fétido cheiro de fumaça, assim são as costuras mal urdidas ou como nossas realizações cheias de boa intenção, mas sem qualquer planejamento efetivo.
 As palavras são veículos de emoções, sentimentos e força, podem ser lenitivos, podem transmitir ódio ou amor; nesse caso, em minha opinião suscitou a aversão de muitas pessoas a ideia de coesão que o evento procurou transmitir. Nada vi que promovesse qualquer tipo de sentimento de igualdade além da esfuziante alegria, porem excessivamente exclusivista, acolhia aos que pertenciam a tribo, todavia excluía a quem os procurava compreender.
Todos os humanos são diferentes e logicamente há uma diversidade de seres com comportamento, hábitos, manias e taras variadas, sabores, odores e cores diversas, porem no trato diário aparamos as arestas das diferenças e agimos todos segundo um padrão de conduta e respeitabilidade que nos qualifica como cidadãos iguais em determinada parte do globo respeitando todas as barreiras e cismas, todavia, desfrutando do mesmo status quo, todavia sempre que exacerbamos quaisquer de nossas características comportamentais corremos os riscos de demonstrar aos circunstantes padrões outros que na verdade, buscamos não expor. Muitos se posicionam na eterna defensiva, outros se acomodam nas trincheiras do comodismo circunstancial, outros tantos se vestem para uma guerra sem fim, consigo mesmos e com a sociedade.

A igualdade se promove quando os entes se beneficiam e se respeitam e então dão do melhor de si ao todo e do todo recebem o mesmo sentimento. , numa grande simbiose de sentimentos. As variadas tribos humanas se vestem com cores e padrões diversos e todos formamos um caldo de cultura que uma vez compreendido nos faz evoluir mais e mais rumo a padrões sociais que a principio se entrechocam, são repelidos fortemente e passo seguinte tomam pra si a diferença num eterno movimento de diferenciação; o jogo social ajusta-se continuamente ao tempo, progressos tecnológicos e costumes. Assim somos nós e creio que assim seremos ad-infinito.




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